domingo

VINICIUS DE MORAIS

Soneto da devoção
Essa mulher que se arremessa, fria E lúbrica aos meus braços, e nos seios Me arrebata e me beija e balbucia Versos, votos de amor e nomes feios.Essa mulher, flor de melancolia Que se ri dos meus pálidos receios A única entre todas a quem dei Os carinhos que nunca a outra daria.Essa mulher que a cada amor proclama A miséria e a grandeza de quem ama E guarda a marca dos meus dentes nela.Essa mulher é um mundo! — uma cadelaTalvez... — mas na moldura de uma camaNunca mulher nenhuma foi tão bela!